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O setor têxtil europeu encontra-se numa encruzilhada de inovação e sustentabilidade, sendo o Passaporte Digital de Produto (PDP) uma das iniciativas mais emblemáticas nesta transição. Com a implementação prevista para 2030, as empresas têxteis estão a adaptar-se para cumprir com as expectativas regulamentares, mas também para atender à crescente exigência por carte dos consumidores de responsabilidade ambiental e transparência. Mas estarão elas verdadeiramente preparadas para esta transformação? Vamos explorar a situação atual e o que é necessário para se preparar para o passaporte digital de produto.

O Passaporte Digital de Produto no setor têxtil

O PDP é visto pela indústria não apenas como uma ferramenta de rastreabilidade, mas também como um mecanismo estratégico que pode reforçar a competitividade e a sustentabilidade das empresas europeias. Ao estabelecer uma fronteira clara entre produtos certificados e aqueles de origem incerta, o PDP valoriza o compromisso com a qualidade, a inovação e, principalmente, com a sustentabilidade.

“Em termos teóricos, o Passaporte Digital de Produto é uma boa iniciativa de proteção da indústria europeia e de valorização dos produtos”

Paulo Melo, CEO da Somelos

Desafios e preparações necessárias

As empresas do setor já estão a trabalhar na rastreabilidade dos seus produtos, um passo crucial para a efetiva implementação do PDP. Contudo, o desafio agora reside em como essa informação será comunicada ao consumidor de maneira eficaz, evitando a proliferação de “etiquetas sem valor acrescentado”.

A preparação envolve não só a adaptação de processos internos e sistemas de TI, mas também a colaboração entre diferentes elementos na cadeia de valor têxtil, desde a matéria-prima até o produto final. Além disso, a padronização dos dados a nível europeu é fundamental para garantir a coerência e a eficácia do passaporte.

A visão das empresas sobre o PDP

Vários líderes empresariais já reconhecem a importância do Passaporte Digital, comparando-o com iniciativas que tem sido bem-sucedidas noutros setores, como no dos eletrodomésticos e as etiquetas de eficiência energética. Assim, crescem em número as empresas que estão a investir em tecnologias e projetos que alinham as suas operações com os requisitos do PDP. Estes esforços vão desde a utilização de algodão certificado até a adoção de práticas de agricultura regenerativa, demonstrando um compromisso genuíno com a sustentabilidade.

A caminho de um futuro sustentável

De forma a preparar para o Passaporte Digital de Produto, as empresas têxteis devem adotar uma abordagem holística que integre a sustentabilidade em todos os aspetos das suas operações. Não só fortalecerá a sua posição no mercado como também contribuirá para o desenvolvimento de uma indústria mais ética e ambientalmente responsável.

A preparação para o passaporte digital de produto é mais do que uma necessidade técnica; é uma oportunidade para redefinir o valor e o impacto do setor têxtil na sociedade e no meio ambiente.

PDP